Quanto mais as crianças vão crescendo, mais imaginação elas têm. Mas tem certa idade que esta imaginação transforma-se em “criatividade” e em pormenores que nós adultos esquecemos-nos de representar em nós mesmos. Alguns diretores de filmes famosos conseguiram, criando grandes filmes que fazem sucesso até os dias de hoje. E eu “adoro” filme infantil, porque sempre mostra o lado real das coisas que não vemos...
Meu filho, me ajudando a fazer a janta, estava contente, pois ele é quem misturava os ingredientes na panela. Mas uma cebola aqui, um caldo Kinnor ali, ele me sai com esta: (isto por que me queixei que a sacada do meu quarto estava muito barulhenta com os cachorros que “acoaram” na noite anterior) “Manhê, se os cachorros falassem que engraçado seria, não é?” Eu acrescentei: “Eu nem queria estar por perto, hehehehe!” Mas ele explicou em detalhes: “Eu imagino um Rex pegar um osso e um cachorro menor, aquele bem irritadinho, que costumam se avançar, roubando o osso dele, sabe o que ele diria? Dá-me este osso porque eu fui o primeiro a encontrar ele. E o Rex responderia: Ah é? Onde está escrito aqui que é seu? Sairia um monte de palavrões, que eu acho que é o que eles falam um ao outro quando brigam...”
Que imaginação... Mas se pararmos para olhar, bem que rola uns estresses ali e até certas ofensas, pela maneira que agem com aquele osso sujo na boca.
Do nada ele vem e me diz: “Lembra aquela manhã que eu fiquei sem voz?”
Santo Deus, que manhã? Na maior sinceridade eu digo, com coração meio apertado que não lembro, mas já explico que é por que quem vive a ocasião é quem realmente não esquece.
Pra quê? Resposta muito bem feita, mas não aceita! REPROVADA!
“Como tu não viveu se tu até disse que eu não iria à aula aquela manhã? E que quando eu fui à sacada fria, me falou que ficaria de castigo se fosse novamente ali.” Caramba! Como se lembrar de tudo isto enquanto a panela ferve e as batatas ainda estão sendo cortadas?
Ele balança a cabeça afirmativo e quando viro o rosto pra ver o que ele estava fazendo, adivinhem? Comendo o frango da panela! Ai, ele é uma criança que curte muito esta historia de cozinhar... E eu também.
Lavando o resto da louça, ele me vem do nada: “Sabia que o Rio grande do Sul na guerra quase virou um país?” Os neurônios nesta hora estão fervendo junto com a panela e dizendo: quêêê? Que país? Ahh! Sim, seríamos – com o pano de prato na mão enxugando os copos. Pra finalizar ele completa: “Ah, aí eu diria que moro no país do Rio Grande do Sul, no estado de Cachoeirinha, e na cidade Veranóplis.”Sabem o que eu respondi: “É verdade e por falar em morar, tá na HORA DO BANHOOOOOOO!” Limpinho e de pijaminha, ele come e logo descansará e dará descanso pra essa mãe que aprende a cada dia mais com esses baixinhos. Dá pra ter depressão com umas criaturinhas assim com a gente? Claro que não!
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