Como todos nós sabemos, não basta ser mãe, é preciso participar.
Sim, me refiro a questão qualidade e não apenas quantidade de tempo. Recentemente vi uma linda entrevista no programa Ana Maria Braga, onde uma terapeuta esclarecia a temida culpa que toda mãe toma pra si no momento em que precisa voltar ao trabalho, após o encerramento da licença maternidade. Começa a ater a sensação de abandono e de que não estará presente na vida e no desenvolvimento de seu filho. Puro mito! Ela declarou que em atendimento a crianças com déficit educacional, ouviu diversas vezes o desabafo de crianças que conviviam com as mães o dia inteiro: “Minha mãe nunca fez os temas comigo, não me ajudava nos trabalhos e nunca olhou os meus cadernos!”. A velha história de ir ao shopping ou levar a criança na pracinha, porém, leva consigo um livro ou uma revista... De nada adianta todo o esforço se não participar de verdade. É isto mesmo, levar os brinquedos, sentar na grama, jogar a bola, isto sim é estar com a criança de verdade, não apenas fisicamente. Eu mesma cansei de ver, mães tomando chimarrão e a criança sozinha fazendo buracos no chão. De que adianta? Melhor estarem em casa vendo um filme. Algumas ainda tiveram a coragem de falar: “Vai brincar pra lá...Me deixa um pouco!” Isso me doía na alma. Tem pessoas que nasceram para ser mãe, outras foram por acidente do destino...
Pensando nisto, olhando os cadernos do meu filho, vi um bilhetinho: Teste Ditado dia 13.10.2010 com X, SS, ch, ç e c. Enquanto arrumava a cozinha, com seu caderno do lado da pia, aproveitei e fui ditando-lhe algumas palavrinhas, e ele na mesa da sala ia escrevendo.. Como fui professora de português, algumas regras de gramática aproveitei para ensinar-lhe. Como palavras de origem indígena que são com Ç, as regras antes de “en” sempre vêm X, exceto a “enchente” que procede de cheio e outros. Mas, o engraçado, é que ele sempre interage, argumenta e diverte. Num momento de concentração, onde já pedia capricho na letra, ditei-lhe EXPERIÊNCIA. Ele gritou: “Ah! Já vi este filme! ".Depois falei da palavra CAÇA, a palavra de origem indígena, ele veio me contar que os portugueses também caçavam...Ai, ai, ai, lá se foi o ditado. Nesta hora, a gente se diverte, por que lembra das dificuldades de quando éramos crianças, em escrever e soletrar. Hoje parece tudo tão fácil, mas passamos por esta fase já! É preciso muita calma, fazer do estudo um prazer, desenhar se for preciso e nunca fazê-lo um castigo, do tipo: “Agora tu vai ficar em casa estudando por que me desobedeceu!” . Estudar é descobrir o prazer do conhecimento, é crescer, aprender coisas legais! Por que uma coisa é certa: a única coisa que ninguém nunca poderá nos tirar ...É O CONHECIMENTO. Seja ricou ou pobre, isto é algo que levamos para sempre em nossa vida!